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Antiga área para captação de água de Franca tem potencial para mineração de diamantes

Atual área do Sistema Produtor do Sapucaí Mirim, não mais na área do Rio Canoas onde há potencial para diamantes. Foto: Divulgação/Sabesp

A região onde havia projeto para a Sabesp ampliar a capacidade de abastecimento de água para Franca, no Sistema Canoas, tem potencial para mineração de diamantes. As características geológicas da área é que indicaram essa condição, em avaliação feita pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Sapucaí-Mirim/Grande. O documento onde consta essa condição é a deliberação CBH-SMG 01/97, que na época autorizou a implantação da obra.

A companhia estatal mudou o projeto e alterou o local para implantação desse sistema de captação. A atual construção do Sistema Produtor de Água de Franca, que está atrasada, acontece em outra região e não mais na confluência do rio Canoas com o ribeirão da Onça.

“A Sabesp informa que as recomendações da Bacia Hidrográfica do Sapucaí-Mirim/Grande, na deliberação CBH-SMG 01/97, referem-se ao projeto desenvolvido na década de 90 que consistia na ampliação do Sistema Canoas. Este projeto foi abandonado e substituído pelo atual Sistema Sapucaí Mirim, projetado em local completamente diferente ao inicial e sem qualquer restrição”, informou nota oficial da companhia.

A possibilidade de mineração seria viabilizada a partir das alterações no solo que a obra milionária exigiria na região.

Parecer técnico

Conforme o estudo nessa região do Sistema Canoas, uma inundação que seria necessária para criação de um reservatório ocorreria justamente em área com potencial para descobrimento de diamantes.

“Na área a ser inundada existem locais com características geológicas com bom potencial para a mineração de diamante, podendo ser lavrada até o final da construção da barragem. Se seguida uma metodologia de decantação do material para não assorear o leito do reservatório, será provocado, apenas, um desarranjo no relevo ao longo do curso d’água. Tal garimpagem só será permitida além dos 10 metros da margem dos córregos, e colaborará na compensação do impacto negativo relativo à perda da mineração e criando uma nova frente de trabalho e produção durante o período de realização do empreendimento”, orientou nota do Comitê, quando houve a manifestação favorável ao empreendimento.

Houve um parecer técnico de nº 01/97 da Câmara Técnica de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos sobre a construção e que apontou recomendações, entre elas a questão de mineração. “O empreendedor facilitará e coordenará programas permanentes de controle e combate à erosão, assoreamento do reservatório, assim como promover medidas mitigadoras tais como recomposição de áreas críticas, durante e após a execução das obras”, foi outra orientação da CT-PLAGRI na época.

Projeto atual

Com as restrições apontadas pela proposta da década de 1990, houve alteração de planos por parte da Sabesp. O projeto atual para ampliação do sistema de abastecimento de água em Franca é constituído de obras lineares, como adutoras de água bruta e adutoras de água tratada. Nessa etapa, a conclusão deveria ocorrer em 2015, depois passou para o ano seguinte e, agora, em torno de 70% da construção já foi feita. A paralisação do empreendimento ocorreu no primeiro semestre de 2016.

Outra parte do projeto é a de obras localizadas, constituídas por captação, três estações elevatórias de água bruta, Estação de Tratamento de Água (800 l/s), unidade de tratamento do lodo, estação elevatória de água tratada, reservatório de 2 milhões de litros e o Centro de Reservação e bombeamento de água tratada Santa Cruz.

A Sabesp confirmou no dia 20 de agosto a retomada da obra de construção do novo Sistema Produtor Sapucaí Mirim, orçada em R$ 99.357.764,00.

“O projeto que vai ampliar a capacidade de abastecimento e atender às necessidades de abastecimento de água de Franca irá beneficiar toda a população de mais de 350 mil habitantes do município. A capacidade de abastecimento, que hoje é de 1.000 litros por segundo, será aumentada para 1.800 litros por segundo – 80% a mais”, informou nota da Sabesp.

A obra foi retomada em julho deste ano e há previsão que haverá a possibilidade de utilização da captação parcial de água a partir de 2021. A conclusão do empreendimento deve acontecer em julho de 2022.

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