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Governo municipal inicia estudo sobre remédio contra Covid-19 para distribuir em Franca

O prefeito Gilson de Souza pediu que equipes da Secretaria Municipal de Saúde avaliem o efetivo benefício do uso da ivermectina no combate à Covid-19. O medicamento é um vermífugo que rendeu o prêmio Nobel de Medicina a William C. Campbell e Satoshi Omura, em 2015, que descobriu o remédio.

Por ter grande poder de atuação contra vermes e parasitas, o medicamento passou a ser cogitado como uma solução contra o vírus SARS-CoV-2, que causa o novo coronavírus.

Apesar das expectativas de ser uma grande arma, a comunidade médica ainda não identificou resultados efetivos.

O secretário de saúde José Conrado Netto explicou que haverá testes em Franca, mas não há prazo correto para obter resultados. “Uma equipe técnica de médicos está analisando alguns tratamentos a pedido do prefeito. O uso da ivermectina é um deles”, apontou.

Netto ressalta que é preciso ter bom embasamento técnico para autorizar o uso do remédio para se evitar efeitos colaterais.

“A classe médica e os pesquisadores científicos estão um pouco confusos quanto à eficácia e segurança de algumas drogas usadas nos casos leves de Covid-19 ou mesmo para prevenção de agravamento da infecção uma vez que as pesquisas estão sendo intensamente feitas no mundo todo numa situação inédita em que temos muita pressa em produzir resultados e a ciência tem que ser feita sempre com muita prudência e rigor técnico”, alertou.

E ele continuou: “Temos vários exemplos no passado de drogas que apresentaram efeitos colaterais importantes e causaram muitos dissabores. Ainda não há consensos seguros destas medicações, lembrando que cerca de 70-80% dos infectados vão evoluir bem sem medicação. No momento, o fator de risco maior tem sido a obesidade, com suas consequências cardiovasculares, além de outras doenças crônicas. Na dúvida, o ideal é sempre consultar o médico de confiança”, finalizou.

O professor de medicina e pneumologista em Franca Paulo Antonio Faleiros explicou que a ivermectina foi testada in vitro contra o novo coronavírus. “No teste in vitro, o medicamento não matou o vírus. Foi preciso aumentar em 100 vezes o uso comum em pessoas para ter resultado in vitro. Pelo método científico, se o teste in vitro mata um vírus, é passado para uma outra etapa, com teste em vivos. Quando o teste in vitro dá resultado, geralmente o resultado em vivo é de 20%. Hoje não vemos um resultado efetivo”, explicou.

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