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Maior risco de explosão de casos de COVID-19 em Franca é em maio, sugere estudo

Foto: Rodolfo César/F3 Notícias

Estudo das áreas de geografia e de medicina indicaram que Franca e demais municípios do interior do Estado podem enfrentar um pico de casos do novo coronavírus na primeira semana cheia de maio. O contágio da doença atualmente está concentrado na Capital e em regiões metropolitanas de Campinas, Sorocaba e Baixada Santista.

O fluxo de pessoas entre as cidades e o período que incubação da COVID-19, em torno de cinco dias, foi levado em consideração nesse estudo feito por pesquisadores da Unesp em Presidente Prudente e Botucatu. Outro fator ponderado no estudo é o isolamento social que tem sido feito na cidade de São Paulo, e que hoje está estendido para demais municípios do Estado. Em Franca, essas restrições começaram em 20 de março, primeiro que em muitas outras cidades.

“Graças ao isolamento feito em São Paulo, as cidades do interior estão três semanas atrás no número de casos. Então não é hora de relaxar a quarentena. Estamos vivendo a maior calamidade pública desde a gripe espanhola”, apontou o professor Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu e integrante do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo.

Esse estudo tem relação com outra pesquisa que indicou que Ribeirão Preto é considerado um município que pode contribuir com o avanço do contágio de COVID-19. Por ser uma sede administrativa de região e concentrar diversos serviços e empresas, há grande fluxo de pessoas indo e vindo diariamente de lá para cidades menores e mesmo para Franca. Outras cidades foram apontadas com a mesma característica.

“Municípios como Bauru, Araraquara, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, entre outras, são importantes para deter o avanço do vírus”, afirmou o professor. Na região oeste do Estado a situação é considerada mais preocupante porque é a região onde se concentra o maior número de idosos. “Essa é justamente a população mais frágil, mais suscetível, e a região está afastada dos grandes centros”, alertou.

O estudo também avaliou a estrutura de atendimento e para o interior e o número de leitos de UTI e de equipamentos é menor que na Capital. “Quem mora em uma cidade com zero casos e se desloca para um município maior para trabalhar, estudar ou fazer compras está ajudando a disseminar o vírus em sua cidade. Os municípios menores estão longe dos hospitais, com menos acesso a equipamentos. As medidas tomadas até o momento mostram que o isolamento social está funcionando, está conseguindo frear o processo”, explicou o professor Segundo o professor titular Raul Borges Guimarães, do departamento de Geografia da Unesp em Presidente Prudente.

Pesquisas estão em desenvolvimento sobre a atual situação da disseminação do novo coronavírus. Uma delas se concentra na análise de dados de redes sociais, e a outra na análise de dados de rumores. Em redes como o Twitter, a análise de postagens pode ajudar a encontrar possíveis novos focos de disseminação de COVID-19. O mapeamento dos dados oficiais é um trabalho que envolve a checagem das bases de informação e elaboração de representações cartográficas tecnicamente mais adequadas.

Os tuítes são selecionados e analisados diariamente de acordo com a relevância para ajudar na busca por focos de contaminação, assim como os mapas temáticos permitem visualizar a distribuição espacial dos dados de localização das postagens.

Veja entrevista com Carlos Magno Fortaleza feita pela Unesp

Gráfico: Prefeitura de Franca

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