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Pesquisa revela que ceticismo do brasileiro na ciência está crescendo

Foto: Jeferson Mota/Fiocruz

Uma das principais descobertas desta edição da pesquisa Índice do Estado da Ciência diz respeito à crença dos brasileiros na ciência. A pesquisa mostra que 92% dos ouvidos confiam na ciência, e 90% nos cientistas, contra 86% dos ouvidos globalmente. Ainda assim, mais de um terço dos brasileiros (38%) concordam ser céticos em relação à ciência (*), um aumento de 5 pontos desde o ápice pandêmico em 2020, quando ocorreu uma edição adicional do estudo, e maior do que a média global, de 29%.

Pelo quinto ano consecutivo e em sua sexta edição, a 3M apresenta as descobertas obtidas pelo estudo Índice do Estado da Ciência (em inglês State of Science Index – SOSI) 2022.

Foram ouvidas 17 mil pessoas de 17 países das Américas, Europa, Ásia e Oceania, a fim de conhecer as atitudes globais em relação à ciência, tornando público o que as pessoas pensam e sentem sobre os diversos temas científicos e seu real impacto no mundo. No Brasil, 1.000 pessoas com mais de 18 anos participaram da pesquisa, que foi realizada online e presencialmente entre os meses de setembro e dezembro de 2021.

Quando se trata de informação sobre ciência, a escolha do canal influencia na confiança do brasileiro na ciência: 77% dos brasileiros confiam em fatos científicos publicados na mídia tradicional, e apenas 51% confiam em fatos científicos nas mídias sociais (contra 44% globalmente).

Os brasileiros reconhecem que a ciência é indispensável. 87% acreditam que há consequências negativas com a não valorização da ciência. As principais consequências que ocorrerão se as pessoas não puderem confiar em notícias sobre ciência incluem:

O estudo aponta que existe uma oportunidade evidente para os cientistas se comunicarem mais em plataformas de notícias e mídias sociais, para conectar os pontos entre a ciência e as questões mais importantes. 92% dos brasileiros ouvidos disseram que querem saber mais dos cientistas sobre seu trabalho, vs. 81% globalmente.

“Enquanto uma grande organização que valoriza e investe na ciência, sabemos o quanto a ciência é fundamental para o desenvolvimento mais sustentável de um país e da sociedade. Os dados do Brasil nesta edição da SOSI apontam que 92% confiam na ciência, independentemente da classe social, idade, gênero e conhecimento técnico prévio, algo que nos surpreendeu positivamente. Isso nos mostra que os brasileiros perceberam que o trabalho dos cientistas impacta positivamente no nosso dia a dia, e esperamos seguir contribuindo para esta percepção”, comenta Paulo Gandolfi, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da 3M para América Latina.

Busca por equidade nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM)

De acordo com os principais achados do estudo, pode-se dizer que os brasileiros demonstram interesse em STEM, mas enfrentam inúmeras dificuldades, principalmente no que tange a acessibilidade para uma educação nessas áreas. 90% concordam que há barreiras para os estudantes que buscam uma educação STEM (contra 84% globalmente). As principais barreiras incluem:

Os brasileiros claramente valorizam DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão), mas reconhecem que há lacunas significativas que precisam ser resolvidas.

90% concordam que é importante aumentar a diversidade e a inclusão nos campos STEM. No entanto, 79% acreditam que minorias sub-representadas muitas vezes não recebem acesso igualitário à educação STEM. Os brasileiros são mais propensos a identificar lacunas de representação dentro da força de trabalho STEM, sendo:

As mulheres, em particular, enfrentam muitos desafios ao longo de sua jornada STEM.

Os brasileiros têm grandes expectativas para a ciência além da pandemia. Além dacovid-19, uma das principais questões que os brasileiros querem que a ciência resolva é a água limpa e o saneamento, com 59%, à frente de acesso igualitário à saúde de qualidade (56%), qualidade do ar (55%), fome (55% contra 40% globalmente) e os efeitos da mudança climática (52% contra 58% globalmente).

Os brasileiros acreditam que a sociedade deve priorizar:

O Índice do Estado da Ciência é um estudo anual encomendado pela 3M para a empresa global de pesquisa Ipsos. Trata-se de um levantamento com a população geral de 17 países. Agora, em sua sexta edição, a pesquisa acompanha a imagem pública da ciência e revela linhas de tendência ao longo do tempo sobre o quanto as pessoas confiam, respeitam e valorizam a ciência e o papel que ela desempenha em suas vidas. Para saber mais sobre os resultados da edição 2022, visite 3M.com/ScienceIndex.

Metodologia da pesquisa do Índice do Estado da Ciência

O Índice do Estado da Ciência (SOSI), da 3M, apresenta pesquisas originais, independentes e representativas nacionalmente (baseadas na demografia censitária), conduzidas pela empresa global de pesquisa Ipsos por meio de uma combinação de entrevistas online e offline.

A pesquisa de 2022 foi realizada de 27 de setembro a 17 de dezembro de 2021 ouvindo 17 mil adultos da população em geral, com mais de 18 anos, em cada um dos 17 países participantes: Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, México, Polônia, Cingapura, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.

Com nível de confiança de 95%, a margem de erro é de +/- 0,8 pontos percentuais globalmente de 17 países e +/- 3,1 pontos percentuais para cada país. Para comparar todas as ondas da SOSI, utilizamos uma média de rastreamento de 10 países que têm uma margem de erro de +/- 1,0 pontos percentuais. Entre os países nessa média estão Brasil, Canadá, China, Alemanha, Japão, México, Polônia, Cingapura, Reino Unido e EUA.

(*) A pesquisa mostra que existe uma alta confiança na ciência, mas também um ceticismo crescente. Isso ocorre porque as indagações são distintas, questionando aos entrevistados o quanto eles concordam/discordam com as afirmações “eu confio na ciência” e “eu sou cético em relação à ciência”. Neste contexto, confiança e ceticismo não são questionados como inversos um do outro, nem devem ser interpretados como tal.

Entende-se que, de fato, o próprio método científico propõe que sempre sejam questionadas as coisas. Investigou-se ainda com os entrevistados o que significa ser cético para eles, e foram observados motivos como: suas crenças culturais, sua natureza pessoal, os resultados da pandemia ou a falta de compreensão de um tópico. Também se notou que o ceticismo provavelmente está relacionado a eventos culturais de um país e que podem afetar as opiniões.

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