O Ministério da Saúde, por meio do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), realizou, em março, uma reunião com a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) para definir a estratégia de implementação da vacina para gestantes contra o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por causar bronquiolite e pneumonia em bebês. Em resposta ao F3 Notícias, via email, o governo federal confirmou que vai iniciar o processo de aquisição das novas tecnologias.
“A previsão é que a partir do segundo semestre deste ano, os bebês nascidos no Brasil possam ser protegidos por uma estratégia de profilaxia. Além disso, gestantes poderão receber uma dose da vacina, transmitindo aos bebês imunidade contra o vírus sincicial respiratório (VSR) por até seis meses”, divulgou o Ministério da Saúde, em nota.
No final de março, o Sistema Único de Saúde (SUS) divulgou que ia incluir, no calendário de vacinação para gestantes, imunizante capaz de proteger bebês contra o vírus sincicial respiratório (VSR).
A Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, em resposta ao F3 Notícias, também se posicionou que aguarda o Ministério da Saúde para definir uma estratégia de imunização de bebês.
A presidente da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG), Inessa Beraldo, destaca a importância da imunização para a saúde materno-infantil. “A vacinação contra o VSR representa uma estratégia fundamental para proteger os bebês desde o nascimento. A imunização das gestantes possibilita a transferência de anticorpos ao feto, garantindo defesa precoce contra uma das infecções mais frequentes e perigosas para essa faixa etária”, explica.
A vacina contra o VSR, disponível na rede privada, é aplicada em gestantes a partir da 32ª semana de gestação, protegendo o bebê nos primeiros meses de vida, quando o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento e o risco de complicações é maior. Na rede particular, esse imunizante chega a custar mais de R$ 1,7 mil, aplicado em dose única. O valor reduz uma maior cobertura da proteção.
A vacina, segundo a médica, é segura e eficaz, sendo indicada para todas as gestantes. A única contraindicação é para mulheres com histórico de reações alérgicas graves a algum componente do imunizante. “As gestantes devem se sentir seguras ao receber a vacina, pois, além de se protegerem, estão garantindo que seus bebês tenham um início de vida mais seguro e saudável”. Inessa Beraldo ainda destaca que grupos de risco, como prematuros, lactentes com doenças pulmonares crônicas ou cardiopatias congênitas, se beneficiam ainda mais dessa proteção.
Quadro grave da infecção
A bronquiolite ganhou atenção nacional após o filho da influenciadora Virgínia Fonseca ser internado com a doença, levantando discussões sobre a importância da vacinação e da prevenção. A enfermidade, que causa inflamação nos pulmões e dificulta a respiração, pode evoluir para quadros graves, exigindo internação em UTI e até ventilação mecânica.
Outras medidas preventivas
Além da vacinação, algumas práticas podem ajudar a prevenir infecções pelo VSR:
– Incentivar o aleitamento materno, que fortalece o sistema imunológico do bebê;
– Lavar as mãos frequentemente para evitar a transmissão de vírus;
– Evitar o contato com pessoas gripadas ou resfriadas;
– Reduzir a exposição a locais fechados e aglomerações, principalmente nos primeiros meses de vida.
