A Câmara Municipal de Franca recebeu, durante a 47ª Sessão Ordinária, uma mobilização intensa de mães atípicas, profissionais, alunos e representantes da APAE, que utilizaram a tribuna livre para protestar contra os possíveis impactos do Decreto nº 12.686 na educação especializada. O plenário ficou marcado por depoimentos emocionados e pela defesa da continuidade das instituições que atendem pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
Uma das falas mais marcantes foi a de Juliana de Andrade Cintra, mãe de um aluno com paralisia cerebral que depende de cuidados constantes, como uso de sonda, fraldas, medicamentos e acompanhamento profissional devido a problemas respiratórios. Juliana relatou que, antes de chegar à APAE, o filho enfrentou dificuldades graves na rede regular de ensino. O episódio mais crítico foi quando uma convulsão não foi reconhecida pelos profissionais da antiga escola.
“Eu achei que fosse perder meu filho naquele momento. Ninguém sabia que aquilo era uma convulsão. Depois desse episódio, eu conheci a APAE e me apaixonei. Lá meu filho tem apoio total, das professoras, dos profissionais, dos alunos. Tem médico, neuropediatra, enfermeiro. Eu fico tranquila”, disse, emocionada.
Juliana afirmou que, após a mudança para a instituição, o desenvolvimento e a convivência do filho melhoraram de forma significativa.
A presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro também ocupou a tribuna, agradecendo a presença dos familiares, profissionais e alunos que acompanharam a sessão. Em sua fala, reforçou a importância das APAEs na garantia de atendimento educacional e terapêutico especializado e destacou a preocupação com os efeitos do decreto, que pode comprometer a oferta e a continuidade do serviço.
A mobilização evidenciou a força das famílias e das instituições especializadas na defesa de um modelo educacional que respeita as especificidades dos alunos e assegura segurança, acolhimento e desenvolvimento integral.





