O processo de cultivo de peixes, conhecido como aquicultura ou piscicultura, vem crescendo no mundo e o Brasil tem conquistado cada vez mais produtores e consumidores de espécies cultivadas. Segundo os Anuários da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), a produção foi de 578.800 toneladas em 2014 e de 758.006 toneladas em 2019, representando um aumento de 31% para o setor, sendo o maior índice entre todas as proteínas animais no País.
A fim de apoiar o aumento da comercialização de pescado em São Paulo, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento apresenta os pescados mais produzidos por aquicultores, capturados por pescadores e encontrados, principalmente neste momento, nos estabelecimentos comerciais paulistas, com preços mais acessíveis e os cuidados orientados aos comerciantes para a manipulação, preservação e apresentação dos produtos.
Pescados mais vendidos em São Paulo
Segundo a Peixe BR, São Paulo produziu em cativeiro 69.800 toneladas em 2019. Já o Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira Marinha e Estuarina do Estado de São Paulo (PMAP-SP), do Instituto de Pesca (IP), órgão da pasta, de julho a setembro de 2019, registrou o descarregamento de 4.482,5 toneladas de pescados em São Paulo.
– Tilápia: Entre as espécies cultivadas é, sem dúvida, o grande destaque, que chega a colocar o Brasil em 4º lugar do ranking mundial, com representatividade de 57% na produção total, ficando atrás de China, Indonésia e Egito. São Paulo é o segundo maior produtor da espécie, que também é a mais exportada pelo Brasil. De carne branca, magra e suave, sem odor intenso, capaz de render filés sem espinhas, a tilápia tem sido muito bem aceita nas mesas da população paulista, até em função do preço acessível quando comprada a peça inteira, e por ser considerada um pescado “magro”, ou seja com fonte de proteínas e gorduras insaturadas, o que a faz ter menos calorias e mais proteínas quando comparada com outras proteínas animais.
– Pintado: Com ocorrência maior nos rios da bacia do Prata, é peixe saudável de carne suculenta e quase sem espinhos. O surubim, assim conhecido na Região Norte, é mais consumido nos estados dessa área; mas também pode ser encontrado na versão fresca em peixarias e supermercados de São Paulo, assim como os peixes redondos como o tambaqui e o pacu (e o híbrido tambacu), piau e pirarucu, que têm sabor assemelhado ao bacalhau, não perdendo em nada para o importado. Caso o consumidor só encontre na versão congelada, indica-se que não se deve resfriá-lo na água quente, pois interfere na textura da carne.
– Panga: Tem ganhado espaço nos tanques de criação e nas prateleiras dos comerciantes paulistas, disputando com o salmão a terceira posição entre os importados. De acordo com pesquisa da Peixe BR, a oferta do panga produzido no Brasil ainda é pequena, mas saiu de 4,6% para 5% no total da produção, tendo São Paulo se destacado como maior produtor da espécie, que já é facilmente encontrada em peixarias e supermercados.
Pesquisa realizada em 2019 pela WWF-Brasil, observou que algumas espécies de panga, resultantes do cultivo em Aquicultura, são as melhores para serem consumidas. Mesmo considerado um peixe “gordo”, tem grande indicação ao consumo, uma vez que sua gordura é boa, contendo ômega 3. É um peixe muito apreciado na gastronomia, pois possui baixo odor e absorve temperos muito bem, mas é preciso ter cuidado no preparo, pois sua carne é extremamente macia.
– Truta: apresenta elevado teor de ômega 3 e nutrientes, importantes na prevenção de doenças coronarianas, por exemplo. A truta salmonada, que é uma ótima opção para substituir o salmão, principal espécie importada e utilizada na gastronomia oriental.
– Tainha: uma das 20 principais categorias de pescado descarregadas no Estado de São Paulo, no período de julho a setembro de 2019, junto ao camarão sete-barbas, que encabeça a lista, sobretudo nas cidades de Santos e Guarujá; a Corvina, Pescada, Porco e Cavalinha. De água doce ou salgada, a tainha é muito consumida devido ao bom preço. Durante a compra, é preciso verificar a firmeza da carne, o odor fraco e a quantidade de gelo em que estiver conservada a qual não deve ser em grandes blocos, o que sugere estar há mais tempo sendo congelada.
*Matéria governo de São Paulo.