Abordando Políticas Públicas de Saúde para Crianças com Autismo, o mestre Fabrício Barcelos Vieira, falou sobre o tema durante a 37ª Sessão Ordinária, na Câmara Municipal de Franca.
Ao usar a tribuna agradeceu aos parlamentares, em especial o convite feito pelo vereador Ronaldo Carvalho (Cidadania), educadores, o público em geral, e comentou sobre a dissertação de mestrado da Uni-FACEF.
‘Eu falo direcionado às crianças com autismo, nós temos que lembrar que é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta principalmente a comunicação, interação social e também o comportamento’ comentou.
‘Esse estudo trouxe muito a questão da importância da intervenção precoce e do tratamento clínico e terapêutico que pode trazer uma integração social adequada e qualidade de vida e dignidade, além de promover desenvolvimento social’ acrescentou.
O pesquisador enfatizou ‘se nós tivermos o cuidado com a criança com autismo neste momento, nós teremos adultos, jovens e idosos capazes de terem suas escolhas, capazes de serem pessoas produtivas, economicamente ativas e isso para nossa sociedade é de fundamental importância’
Fabrício ainda comentou sobre a motivação para a pesquisa e destacou ‘a realidade que eu vivo como pai de criança com autismo, minha filha tem 4 anos e meio, e desde os 2 anos teve o diagnóstico. E isso acaba gerando para a família no primeiro momento um susto muito grande, mas você descobre ao mesmo tempo que a gente recebe uma benção, mas o tratamento e acompanhamento não é fácil’
Ainda foi pontuado durante sobre a necessidade de políticas públicas para atendimento adequado. ‘Infelizmente na prática nós temos observado que as crianças não estão sendo tratadas adequadamente, primeiro porque as famílias não têm condições financeiras, segundo o Poder Público não presta o serviço adequado’ ressaltou.
Em seguida, ele reforçou sobre objetivo de contribuir com a melhoria no atendimento de pacientes com autismo e os serviços no munícipio. Foram apresentados diversos tópicos do estudo, Fabrício reforçou ‘a pesquisa chegou a esse resultado, de fato nós temos uma inadequação das políticas públicas direcionadas especificamente para as crianças com autismo’
Entre vários pontos citados, os direitos garantidos às pessoas com autismo e apontadas as falhas no cumprimento das leis como, por exemplo, exames de diagnóstico, tratamento e as divergências quanto ao tratamento adequado para os pacientes.
‘Hoje nós temos uma fila de algo em torno de 200 crianças e roda no Centro Especializado em Reabilitação (CER) a cada 18 meses, apenas um, ou seja, infelizmente não consegue atender a população’ alertou.
Outros apontamentos no estudo foram, número insuficiente de profissionais especializados, falta de diagnóstico precoce, inadequação de serviços prestados, negativa de atendimento pela rede privada de saúde e a necessidade de judicialização.
‘Em nosso país, em nossa cidade para que as crianças tenham seus direitos efetivados, elas têm que recorrer ao Poder Judiciário. Não há outra alternativa!’ enfatizou.
Para finalizar, Fabrício citou a importância da conscientização ‘o que me assustou muito foi a necessidade de incentivo à aceitação das famílias. Infelizmente, as famílias não estão preparadas para aceitar o autismo dentro de suas casas, então, a importância de todo esse trabalho nosso, dessa casa de cidadania de abrir o espaço para que as famílias tenham condições de entender melhor e sejam amparadas para isso’
