Faltando menos de 60 dias para o Franca Rodeo Music, a Câmara Municipal de Franca aprovou, na sessão ordinária desta terça-feira (5), por 10 votos a 4, o projeto de lei que proíbe a realização de rodeios e eventos similares no município.
A proposta, de autoria da vereadora Lindsay Cardoso (PP), foi votada em regime de urgência e aguarda agora à sanção do prefeito Alexandre Ferreira (MDB) para entrar em vigor.
A justificativa central do projeto é a proteção aos animais, com base na alegação de que essas práticas envolvem sofrimento físico e psicológico.
Com a nova legislação, permanecem permitidas apenas atividades como leilões, cavalgadas, hipismo, exposições e manifestações culturais tradicionais, excluindo-se, portanto, os eventos que envolvem montarias e provas com bovinos.
Contradições culturais e crise de agenda
A decisão, embora celebrada por entidades de proteção animal, levanta um debate sobre a atual falta de eventos culturais e populares em Franca, cidade com quase 400 mil habitantes e uma tradição forte ligada ao agronegócio, à cultura sertaneja e ao lazer popular.
Neste ano, não houve Expoagro, o carnaval de rua está extinto há anos, e são raras as opções de grandes espetáculos acessíveis à população. Em setembro, está previsto o Franca Rodeo Music, evento já amplamente divulgado pela Liga Nacional de Rodeio, que ocorreria entre os dias 25 e 27, com promessa de classificar competidores para a Festa do Peão de Barretos.
Com a aprovação da proibição, o evento agora enfrenta um impasse jurídico e organizacional.
Quem votou contra?
Os vereadores Carlinho Petrópolis (PL), Donizete da Farmácia (MDB), Kaká (Republicanos) e Zezinho Cabeleireiro (PSD) foram os únicos que votaram contra a proposta, defendendo a importância do rodeio como gerador de renda, turismo e expressão cultural popular.
Já o presidente da Câmara, Daniel Bassi (PSD), não participou da votação, conforme previsto no regimento, votando apenas em caso de empate.
A proibição de rodeios acende um alerta importante: qual o plano cultural da cidade para ocupar o espaço deixado por eventos tradicionais?